0 Incógnita.


Certo dia, cá estava eu... dizendo que nunca mais amaria alguém.
Outro dia, disse que amaria aquele moreno pelo resto da minha vida.E ontem? Proferi que estava apaixonada pelo branquinho de cabelo preto...

Ah! O amor... ou a paixão? Talvez os dois, talvez nenhum. Ainda não sei a nomenclatura do sentimento que faz a gente querer conversar, abraçar, beijar, compartilhar o que for, a quase todo momento, com aquela pessoa.

Só consigo pensar no quão longe está para ser desvendada essa incognita sentimental.
Ela foge dos padrões, seja os sociais ou até os nossos fetiches mais ocultos...

Babamos por versões corriqueiras do Vin Diesel ou almejamos um estilo Robert Pattinson, quando nos damos conta, estamos caidinhas pelo magrinho tatuado e ''vagabundo''. 

Odiamos barbas e lá estamos... Implicitamente, abrindo uma exceção para aquele que toca a nossa alma e faz a linha de estilo Tony Ramos. 

Não suportamos fumaça de cigarro ou os engomadinhos que não curtem balada. 

De repente, estamos dando uma enxurrada de beijos e carinhos naquele que curte uma nicotina empurrada. Senão, "perdemos" uma noite de sábado rindo, apaixonadamente, com aquele que ficou com preguiça de sair pra noitada com os amigos. 

E quando não sabemos cozinhar? E quando nos recusamos a matar a nossa própria fome com algo saudável e inesperadamente, estamos preparando um jantar super romântico para o novo namorado? 

Sem falar de quando tirávamos sarro do casalzinho que compartilha perfil no facebook, sem ao menos imaginar que, futuramente, estaríamos enchendo de declarações o quarto e as redes sociais do companheiro. 


No entanto, sempre chega a hora que o encanto acaba. 


Viramos um iceberg ambulante e nos ordenamos a não passar por isso nunca mais! Depois de um certo tempo, lá estamos novamente... Rindo a toa, com um brilho mais forte no olhar e super feliz por encontrar outro alguém. 


Não tem nada a ver com desordem ou sacanagem. Muito pelo contrário! 

Essa incógnita, bagunça e organiza a nossa vida a fim de que possamos viver, intensamente, o que queremos de verdade.

Viver o presente e combater as amarras dos mandamentos sociais.

Viver para si.
Viver a sinceridade! 


Ah... a incógnita sentimental...
Não importa a sua nomenclatura... A sua essência já faz um bem danado!

.

0 Saudade...


Saudade,a saudade de verdade, é mais do que a mera falta de algo. É mais do que um dos inúmeros sentimentos que alguém carrega consigo. Vai além do que qualquer tentativa de sair do abstrato, seja com palavras ou lágrimas. 



Saudade é dor. É a mais bela e dolorosa tatuagem. Normalmente, o artista não só tem o dom de desenhar e cravar esses traços no coração, mas também o poder de despertar os sentimentos mais intensos no cobaia. O abraço, o toque, o cheiro, a voz, o sorriso de qualquer tatuador não é pário paraa quem consegue tatuar a saudade. 

Saudade é semente, tempestade ou praga? Porque quando ela chega no apogeu, cresce surpreendentemente, assim como suas consequências. 

Saudade é doença. Talvez sem cura, pois só o agente causador tem o remédio. 

Saudade é fome. Fome de presença. É a fome que cresce mesmo com a ingestão de inúmeros tipos de vitamina. É uma fome perene. É como estar saudável e satisfeito como um bebê que se alimenta de leite materno, mas ainda sentir fome. Fome dos centímetros de distância, do beijo no queixo, do ciúme, das brigas, da brincadeiras, do tesão, do conforto, do refúgio, da respiração. 

Saudade é amor. A saudade é uma das provas do amor. O amor não acaba quando existe a saudade. A verdadeira saudade. 

Saudade, saudade, saudade... um infinito em 7 letras.

0 Fins de tarde...

Sei que ando meio sumida, mas aqui sempre será o meu cantinho. Ainda estou em busca da realização de um dos meus sonhos e por isso estou um tanto afastada. No entanto, trouxe alguns registros do meu momento preferido do dia (tirando o horário do almoço, é claro. Rs!) : O pôr do sol. Espero que gostem e que as imagens transmitam a paz que sinto ao observar esse lindo fenômeno.
 
 Ipanema - RJ


CCS - UFPE



 CTG - UFPE



 Itapissuma - PE



"As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se pode tocar.
Elas devem ser sentidas com o coração."


Até breve. Beijinhos da L.

0 Sistema Único de Saúde: Os desafios que superam as inovações.




Mediante a uma arena de opressão dos anos de chumbo, o Sistema Único de Saúde surgiu para assegurar o direito à saúde dos cidadãos brasileiros. Hoje, lutando contra os entraves sociais precedentes, são notáveis algumas inovações, como a previdência neste âmbito. No entanto, falecimentos pela espera de atendimento hospitalar, bem como falhas na gestão de recursos para esse setor, são apenas alguns comprovantes de que os desafios superam os avanços da saúde na Nação. 

Atualmente, inúmeras são as propostas e ações provenientes do Sistema Único de Saúde a fim de acolher o povo brasileiro. Nesse sentido, a população pode contar com políticas de saúde que, por vezes disponibilizam seja um atendimento médico 24 horas ou até mesmo transplante de órgãos. Porém, completando-se 25 anos dessa progressiva conjuntura sanitária, é estática e socialmente comprovada uma realidade paradoxal. Isso porque, por vezes, os leitos das mortes, por falta de atendimento viável, são os corredores calorentos dos hospitais, quando senão, as calçadas a espera de uma ambulância; ou até mesmo na própria maca, por falta de remédios adequados.  

Além disso, os pagamentos indevidos por consultas de casos de Glaucoma no Maranhão comprova a pertinência dos desvios de recursos na área. Vale salientar também que o problema da questão sanitária da Nação, não se soluciona implantando médicos estrangeiros quando se tem profissionais locais capacitados, mas desprovidos de acolhimento estatal para exercer a função com êxito. Nesse sentido, torna-se obvio e exposto os ferimentos para com a Constituição e os princípios básicos que objetivaram o SUS. Os quais, na realidade, não decaem as posições nas listagens mundiais de saúde, mas sim o assolamento de uma vivência benéfica aos habitantes do país. 

Portanto, é de suma importância erradicar a diligência governamental para com o setor de saúde brasileiro, visto que é o mais importante para o bem estar social. Para isso, deve-se haver maior investimento do PIB em reformas de infraestrutura nos hospitais a fim de que abarque todos os pacientes de maneira humanitária, bem como uma forte avaliação na administração do sistema. Ademais, faz-se necessário melhor reconhecer moral e financeiramente os profissionais locais da saúde, a fim de tenham respaldo suficiente para cuidar da população.


Dissertação : Layanny Rocha. 

0 Carnaval... até logo!



Carnaval... Cultura
(um sincretismo de valores)

O povo é, como é...
a irreverência...
a alegria livre e liberal...
a externação do sentimento de ser...

Amor à liberdade... que as ideologias ou o poder querem frustrar!
O amor ao amor, do que simplesmente se é!

As praças e as ruas são do povo! (o povo as fez...)
E a ele que pertencem!

Carnaval... 
o encontro do imaginável e do não imaginável!
É a obra da arte do povo!
É a transcendência da criatividade e da irreverência...

Farra, folia, a galera do mangue, tigresas, princesas, bruxas... 
máscaras, marinheiros, mitologia grega, fábulas... a Branca de Neve...
pierrô, serpentina, enfermeiras, médicos, freiras e padres...até cardeais...
noivas, jogadores, bombeiras para baixar o fogo...
crianças com todas as fantasias..., adereços...
é... a vida!!!

Índias, papangus, maracatus..., bonecos gigantes...
barões, magnatas, o "homem da meia noite" e a "mulher do dia"...
"Eu acho é pouco"..., a "Pitombeira"..., o "Elefante"...
e tantos e tantos outros no encontro dos "quatro cantos"...

A ladeira da Misericórdia, o Alto da Sé, Mercado da Ribeira, Palácio dos Governadores...
Críticas e elogios...
descendo e subindo as ladeiras..., encontros...
Uns explorando, outros lutando pela sobrevida (vendedores)...

Mas..., há uma harmonia...
Pobre... médio... e rico... ao um só som... 
Que constelação é esta???

A fantasia musical espetacular: do leco...leco, pelo brega, funk, samba, achê,
marchinhas, blocos de saudade...mas a apoteose é o frevo!

Os smurfes, os do pré-sal, todos pintados... uma festa da originalidade...
Emília do Pica-pau Amarelo com o visconde, as pintoras ambulantes... e outros, e tantos outros...
pulando, alegrando-se, brincando, divertindo e curtindo... o direito natural de ser livre!!!

A Alegria faz parte da vida!!!
Olinda eu quero cantar!!!
O Carnaval... canta a VIDA!!!


Marek Ekert. 

0 "Consideramos justa toda forma de amor!"


As vezes pergunto-me se realmente vivemos em uma democracia, quando,de repente,um deputado põe em pauta o "Conceito de núcleo familiar no Estatuto da Família". No qual, constará que uma família só será tal instituição social se formada pela união entre homem e mulher, APENAS! Como se não bastasse tamanha intransigência governamental, os alienados tem elevado o número de votos que compactuam com a possível efetivação dessa barbárie. Lamentável! Enquanto o STF suscitou o casamento homo afetivo e, as telenovelas brasileiras trouxeram um marco para a mídia nacional com o beijo gay, um aqui, outro acolá quer retroceder a progressão do país. Talvez, seja um tanto utópico apelar, através dessa postagem, pelo cumprimento do livre arbítrio de escolha na vivência humana. Mas, diante do que nos resta a fazer, se você concorda que o alicerce de uma família é o AMOR, independente da orientação sexual do conjugue, vote "NÃO" nessa enquete :http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/461790-CAMARA-PROMOVE-ENQUETE-SOBRE-CONCEITO-DE-FAMILIA.html



Pode ser um caminho árduo, mas com muita luta (seja em frente ao computador votando em uma breve enquete ou enfrentando os opressores em manifestações) colocaremos em prática o "eternizado" slogan: "O Brasil é um país de todos" ! 


Beijinhos da L.

0 Download do 1° capitulo do livro : "A menina que colecionava borboletas"



Tá se sentindo perdida por saber que essa é a sua fase de transformação interior? Não se desespere! A escritora/blogueira Bruna Vieira (clique no nome para saber mais sobre a Bruna) soube organizar o nossos pensamentos em mais um dos seus ilustres projetos : o livro "A menina que colecionava borboletas". Diante disso, tenho duas noticias (uma boa e uma ruim :/) para as leitoras do Entre Saltos e Sonhos :

Ruim : O livro ainda não está disponível em todas as livrarias do país e já foram vendidos todos os exemplares divulgados na internet.

Boa : Divulgaram, na íntegra, o 1° capitulo do livro *-* E irei disponibilizar o link para vocês!


Antes, conheçam melhor o livro e fiquem por dentro de todas as peculiaridades do projeto, através de uma descrição feita pela própria autora :



"(...)Com quase 20 anos, entendi que é um erro se anular
tanto por alguma coisa, seja para fazer parte de um grupo
social, conquistar o coração de alguém, seja simplesmente
para ser promovido no trabalho. Ouvi dizer que algumas
pessoas só entendem isso no finalzinho da vida, e eu sou
privilegiada com a maturidade, pois ainda tenho muito
tempo pela frente. (...)"

"Tenho orgulho de dizer que superei aquela antiga
vontade de impressionar as pessoas, então realmente não é
um problema admitir que não conheço algo, sejam músicas,
autores, lugares, filmes, etc. Depois de certo tempo, a gente
finalmente entende que culto mesmo é quem não tem vergonha
de reconhecer suas limitações e, claro, tem vontade
de sobra de superá-las diariamente."


Já chega de tortura né gente? hahaha!
Segue o link para download PDF do primeiro capítulo : Apresentação do livro "A menina que colecionava borboletas".
Agora, o que nos resta é aguardar ansiosamente a 2° triagem de lotes do livro! E se alguma leitora souber se já está disponível em algum site, "pelas barbas do profeta", comenta nesse post. \o/

Beijinhos da L.

0 Até que ponto "devemos" ser (apenas) fãs?


Hoje, ao entrar no Instagram, me deparei com uma matéria da Capricho a respeito da atual fase do Justin Bieber: "Vocês conhecem esse cara? A CH conversou com um monte de gente para desvendar o novo Bieber". Como era de se esperar, logo apareceram inúmeras fãs criticando a revista e defendendo (com baixo calão) o cantor. Rapidamente, algumas mazelas da atualidade  acoplaram-se em meus pensamentos e resolvi compartilhar a minha concepção sobre a influência dos ídolos na vida dos fanáticos. De antemão, ressalvo que não sou e nem quero ser a dona da verdade. Nesse sentido, quando posto um artigo de opinião, é apenas para abrir um debate com os interessados (apesar de que as vezes aparece algum interessado e que até comenta, por vezes nem aparece, mas sei que leem). 



Sobre ser humano e, não apenas artista : 

Não é novidade que grandes ícones da história/atualidade, por vezes, influenciam exageradamente legiões de pessoas. Decerto que a principal função dos artistas é refletir para a sociedade, alguma situação. Seja na forma didática ou que faça os receptores forçarem o seu senso crítico, etc. Porém, antes de tudo, os cantores, poetas, atrizes, são humanos. Vale salientar (para os fãs, para a mídia, pra os ignorantes e julgadores de plantão) que, todo ser humano defeca, tem família, problemas de saúde, intrigas, cansaço, fala palavrão, não gosta de alguém, é mal educado ou não admite falta de educação. Logo, todo artista é humano. E como todo "bom humano", é imprescindível errar. Como disse o meu ex professor de redação,Diogo Didier(que por sinal, tem uma mente fantástica e também escreve no blog: Ser feliz é Ser Livre):  "Uma saída que para muitos é inexplicável, mas para eles é a solução para as dores mais humanas possíveis. Angustiados, amargurados, carentes, frustrados, eles só queriam ser normais, nessa anormalidade proporcionada pela fama."
 Creio que não seja válido apedrejar ou designar holofotes maldosos para a situação crítica de um determinado artista, tampouco se deixar levar pela alienação ao ponto de seguir o exemplo autodestrutivo do mesmo. (Calma! Isso será discutido no próximo tópico). Diante disso, o mínimo que o mundo circundante a este indivíduo poderia fazer é acolhe-lo de maneira que tenha segurança para superar a fase que o aflige. Pode parecer uma tremenda utopia, mas talvez um simples xingamento pode causar profundos danos mentais em quem, por algum motivo que só este alguém saiba, apenas está repassando ao mundo a sua ideologia e não esperava ser idolatrado. Infelizmente ou felizmente, ainda acredito que o amor é a salvação para muitas mazelas sociais.

Sobre o que é ser fã :
Antecipadamente, ressalvo que não quero ser a dona da verdade, apenas exprimo minha visão com embasamento nos meus conhecimentos. Acredito que não sei o que é ser fã.  Na verdade, cada um tem o seu ponto de vista sobre essa questão. No entanto, seguindo a linha de raciocínio delimitada pelo dicionário creio que existem diversos "porquês" que possam definir o que não é ser fã (Que segundo o dicionário é : admirador): Ser fã não é autodestruir-se por entristecer-se  com uma situação da vida do cantor(como no caso de uma "fã" do próprio Bieber : Clique aqui e veja. Não é virus rs),tampouco MATAR (ISSO MESMO, MATAR) um animal por ser ignorada pela banda preferida (Clique aqui e veja a situação). Além disso, o que para mim não é novidade, algumas pessoas chegam a pensar em se drogar para deixar um legado (Clique aqui e veja), argumentando que os seus ídolos só conseguiram atingir o ápice do sucesso, usufruindo de entorpecentes. Quando na realidade, (ai é que entra o tópico anterior),acredito que a maioria dos artistas que usaram/usam drogas, apenas para se "medicar" ou fugir de algo que os perturbavam, pois, são humanos. Como o exemplo do ilustre Chorão, que segundo a mídia e a família do cantor, estava em depressão pela separação matrimonial e recorreu as drogas.Ou no caso da Janis Joplin, que segundo seus amigos e produtores, ela só queria ser amada, ter a sua família (um marido e um filho) e não sabia lidar com o sucesso.
 Chega a ser assustador o ponto que algumas pessoas chegam ao se apegar a vida de um ídolo. Pessoas, estas, que vivem em função de cobrar atitudes ou copiar os passos do artista e esquecem de descobrir o seu mundo interior. Com certeza, isso não é ser fã. Isso não é ser um admirador. Desculpem a franqueza, mas isso é chegar em um ponto de fraqueza mental em que é necessário uma ajuda psicológica.



Em síntese, acredito que ser fã vai além de admirar o talento, a mentalidade e o estilo de algum artista. Ser fã é sobretudo ter respeito pelo ídolo, de modo que entenda suas fases ruins, ao  invés de  influenciar-se por este momento.Dá-lo apoio ou simplesmente "afastar-se" se não concorda com as atitudes dele. 


PS: Aproveitando que o embrião para esse artigo de opinião foi a matéria da revista Capricho, digo-lhe o que acho sobre o ocorrido : Achei a atitude da Capricho implicitamente didática. Não foi uma crítica e sim uma exposição de opiniões das próprias fãs, a fim de que cada pessoa que lesse a matéria tira-se as próprias conclusões. Digo que foi didática, pelo fato de mostrar tudo isso que escrevi acima : Um artista não é um Deus e sim um humano e vocês não devem se influenciar pelo comportamento dele. É de suma importância, ter cuidado até que ponto admiramos alguém. 

PS2: Desculpem os erros ortográficos. Sou humana!

Beijinhos da L.

0 Realidade?


Hoje eu li um: "Todos sabem da realidade!"

Isso ficou martelando na minha cabeça.
E como meu senso crítico é vinte e quatro horas afiado, logo especulei: Como assim? " todos sabem da realidade"?
Essa é mais uma das frases generalizadas que cuspimos sem saber o sentido. Ultimamente, é difícil a realidade estar visível aos nossos olhos. As pessoas são persuadidas pelo padrão exigido em grupos sociais e demonstram só o que é aceitável aos olhos da sociedade. Esbanjam falsos sorrisos, escondendo decepções amorosas. Passam a imagem de um amigo fiel e após alguns dias, traem a confiança. Embarcam em uma vida literalmente insana e suja, por uma tão escondida opressão familiar e etc.

Não, realmente, ninguém sabe da realidade.

Todos sabem de boatos ou enxergam atos e seguem somente as suas opiniões. E isso não quer dizer que seja a realidade de tudo que aconteceu. Atrás de cada ato existe um real motivo. Julgar atitudes alheias sem ser um exemplo diante dessas atitudes, não merece a dignidade de um respeito. Cada ser humano deve cuidar mais da sua individualidade, sem se preocupar com a do outro. Preocupar-se em corrigir erros do passado a fim de conseguir alcançar os tão almejados sonhos. Preocupar-se em atingir a maturidade de não ser inconvenientes e manter uma silenciosa harmonia entre desavenças. Preocupar-se em cuidar do meio ambiente. Ler um livro...

Se você chora, trai, pula, canta, grita, briga, come, dorme, trabalha, ama, você sabe o por quê disso tudo. Não se deixe abalar aos olhos de pessoas que julgam sem ao menos serem exemplos dos atos que cobram. Viva a vida da maneira que você se sentir feliz. A realidade de cada pessoinha desse mundo, se encontra soterrada na essência interior, no órgão involuntário sustentador da sobrevivência. A realidade está soterrada em nossas almas!


Beijinhos da L.

0 "Poema em linha reta"



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?



Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa.

Certos poemas, falam por si. Reflitam!
 Beijinhos da L.


0 "Conversa à toa sobre o começo, o meio e o fim do amor"


É certo que o amor começa quase sempre pelo mesmo mecanismo perfeito, preciso, inexplicável que organiza o reencontro inesperado de dois velhos conhecidos numa cidade com seis milhões de habitantes. Do nada. Nasce com a impertinência de uma espinha no rosto da debutante, da noiva ansiosa, da madrinha solteira. No descabimento de um espirro durante o orgasmo, o amor também dá o ar de sua graça. Surge como visita inesperada, resfriado, bolada na praia, multa de trânsito, mamangava, maria-fedida, vagalume, conjuntivite, cabelo branco em adolescente, flor no asfalto, passarinho em escritório.

Sem aviso, o amor rompe a membrana tênue que separa as coisas elevadas, impossíveis, da vida corriqueira e seus acontecimentos rasteiros. Dá as caras à toa, sem mais, como alguém que vai ao mercado, o despertador que não toca, a moça que acorda com raiva, o pobre que acerta na loteria, o tombo da patinadora. Porque o amor pertence à insuspeitada categoria das coisas imprevisíveis. O amor vive no terreno do imponderável. É ali que ele respira, ali ele espera, invisível, seu tempo fortuito e incalculável de vir a ser.
Ah… o amor que adora despertar no desencontro absoluto e na coincidência escandalosa dos números inacreditáveis, na história improvável da moça que passa sete anos sozinha e, dois meses depois de engatar um namoro assim-assim, encontra um moço que viveu os mesmos sete anos casado e há dois meses — os mesmos e inacreditáveis dois meses — encerrou mais uma entre tantas tentativas de amar e ser amado. É, o amor também principia em desarranjo e escárnio divino.
Então, uma vez iniciado, o amor vive sua maior peleja: o meio. Porque difícil não é o começo e nem o fim do amor. É o meio, o que existe entre um e outro lado da história, entre a capa e a contracapa, a frente e o verso. O morno que um dia foi água pelando e no outro será gelo e indiferença. A segunda, terça, quarta e quinta feiras de todo amor.
Quando chega ao meio é que o amor se põe à prova. E só sobrevive a esse terreno esburacado e enganoso o amor dos amantes operários. O amor trabalhador. Porque é de subidas dolorosas, descidas traiçoeiras e retas sonolentas que se compõe esse meio-caminho.
Quem aprende a ficar e se manter de pé, a cair e levantar nesse território impreciso vive o amor em sua face mais primorosa. O amor parceiro de quem se sabe disposto a caminhar rumo ao inferno para estar ao lado do outro, ou na frente, ou atrás. Porque só quem sobrevive às trevas há de entrar no paraíso.
No meio do amor, é preciso perder o medo de se arrebentar inteiro no campo minado do dia a dia. Ali, os casais caminham com cuidado para não pisar em nenhuma mina, ora sabendo, ora não, que se um o fizer os dois serão atingidos na explosão, tão perto estão um do outro.

Nesse dia, a decência dos amantes é medida pelo tamanho de seu desprendimento e de sua capacidade de engolir o pranto e dizer “adeus, seja feliz”. Porque só merece as dores e as delícias do amor aquele que um dia saiba deixar o outro ir em frente. E que aprenda a estar só novamente e a guardar a dor consigo até a dor passar, como as antigas personagens de desenho animado que engolem bananas de dinamite acesas.A quem supera essa fase é reservado um regalo sublime, bônus do exercício maravilhoso de amar: as lembranças. Vagas e adocicadas lembranças de longas conversas tarde da noite, ouvindo a cidade dormir lá fora. As memórias de viagens e festas, sábados de cinema, domingos de churrasco, segundas a sextas de trabalho, planos e sonhos. As reminiscências, tão sublimes quanto os instantes que as originaram. Afinal, seja qual for o tamanho do meio, um dia o amor chega ao fim.

No amor, que também ama a lógica, depois do começo e do meio vem o fim. Tempo em que ele se arrasta entre migalhas, restos e sobras. Como o guaraná que perde o gás, a cerveja que esquenta, a goiaba que passa do tempo e deixa a casa inteira com cheiro de quintal, é certo que o amor também acaba como começou. Do nada. Em nada, como uma estranha sombra pálida e triste, sinal agudo de que seu tempo já foi e de que é hora de seguir em frente para, tomara Deus seja logo, começar tudo de novo e de novo outra vez.


Autor: André J. Gomes

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